Falar de Justiça
No diário "O Primeiro de Janeiro" o Exmo. Dr. Eurico Reis, Juiz Desembargador, comentou as críticas efectuadas durante os últimos dias à formação promovida pelo CEJ. Apenas cito algumas passagens que considero mais pertinentes:
"Sendo que os melhores são aqueles que sabem que não são omniscientes e que, como toda a gente, podem falhar e efectivamente, às vezes, falham. Aliás, a insídia contra os juristas (e em particular contra os Juízes) só pode grassar com esta impunidade porque, durante demasiado tempo, nós – enquanto grupo social, porque houve sempre vozes que individualmente pregaram no deserto – nos esquecemos que não existimos para nosso bel-prazer, para nos refastelarmos nascisicamente nos nossos umbigos (isto é, nas nossas discussões em circuito fechado), mas sim para cumprir uma finalidade social à qual não estamos actualmente a dar satisfação.
"E é o direito que aceita a intervenção dos outros saberes, porque é assim, complexa, rica e variada, que é a Vida."
"Mas que não se omite e não se envergonha, mesmo que se arrependa. E é com o ânimo e a força desse Direito e desses Valores que aqui me refiro à ignomínia que teve lugar em Vila de Rei. Qualquer ideologia, seja qual for o seu disfarce (especialmente quando se arma em religião ou em ciência ou em patriotismo) que propõe a sua superioridade em relação a outros é terrorista, porque, em última análise, propõe a eliminação do Outro."
"É por isso que não é tolerável a permissividade que o Estado tem mantido com as claques dos clubes de futebol. O Polvo tem, afinal, mais braços do que se pensa."
http://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=11c484ea9305ea4c7bb6b2e6d570d466&subsec=&id=e84cb22cfed09d23ef7b2fbc3b51a696
2 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Torna-se sem dúvida exigível que os representantes da magistratura venham revelar quais as suas opiniões e fundamentá-las.
Por exemplo a Dr.ª Anabela já se pronunciou sobre o tema defendendo "uma nova formação orientada pelo princípio do conhecimento multidisciplinar", que envolva "pessoas de diversas formações académicas", o que se traduz numa formação contínua e diversificada dos nossos magistrados em várias áreas promovidas por especilistas, ao contrário da ideia divina do ministro da justiça
Enviar um comentário
<< Home