O Estado das Coisas
Terra maldita
Morrer a 50 metros da praia e à vista de toda a gente, só acontece em sociedades indigentes.
A morte de seis pescadores, na Nazaré, a 50 metros da praia, devido ao naufrágio do barco ‘Luz do Sameiro’, é um acontecimento brutal de profunda injustiça e da qual os sucessivos governos são os únicos responsáveis. Mais uma vez a resposta pronta e eficaz não existiu. Só a mentalidade tacanha e a desumanidade reinaram. Por que razão os bombeiros da Nazaré, que tinham motas de água, não agiram, preferindo respeitar as regras burocráticas? Por que motivo a Marinha e a Força Aérea enviaram o helicóptero três horas depois, segundo se diz, para não desperdiçar meios? Foi revoltante assistir à morte daqueles homens, à beira de casa. Vivemos numa época em que a pessoa humana e o valor da vida de nada valem. As ciências humanas perderam a liderança para a economia. Reina a linguagem da economia, a linguagem fria dos números, do défice e do deve e haver. Só se contabilizam rendimentos e prejuízos. O dinheiro passou a ser o centro das atenções.
continua in
Correio da Manhã
Morrer a 50 metros da praia e à vista de toda a gente, só acontece em sociedades indigentes.
A morte de seis pescadores, na Nazaré, a 50 metros da praia, devido ao naufrágio do barco ‘Luz do Sameiro’, é um acontecimento brutal de profunda injustiça e da qual os sucessivos governos são os únicos responsáveis. Mais uma vez a resposta pronta e eficaz não existiu. Só a mentalidade tacanha e a desumanidade reinaram. Por que razão os bombeiros da Nazaré, que tinham motas de água, não agiram, preferindo respeitar as regras burocráticas? Por que motivo a Marinha e a Força Aérea enviaram o helicóptero três horas depois, segundo se diz, para não desperdiçar meios? Foi revoltante assistir à morte daqueles homens, à beira de casa. Vivemos numa época em que a pessoa humana e o valor da vida de nada valem. As ciências humanas perderam a liderança para a economia. Reina a linguagem da economia, a linguagem fria dos números, do défice e do deve e haver. Só se contabilizam rendimentos e prejuízos. O dinheiro passou a ser o centro das atenções.
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Etiquetas: O Estado das Coisas, Terra Maldita
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