Defensor Oficioso

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21 junho 2006

Ordem quer mais meios para lidar com processos complicados

O bastonário da Ordem dos Advogados considera que o poder disciplinar da instituição tem de ser revisto.

Rogério Alves, em declarações ao Diário Económico, defendeu que “a Ordem dos Advogados tem uma pendência processual muito forte na Ordem, com os processos mais graves que deviam ser julgados de forma rápida e não o são”. Quando a data do julgamento do processo disciplinar de José Miguel Júdice ainda não é conhecida, o discurso do actual bastonário no encerramento da conferência organizada pelo ”Jornal de Negócios” esteve recheado de recados implícitos ao anterior bastonário. “Não se manieta o poder disciplinar da Ordem dos Advogados com abaixo-assinados”, defendeu acesamente Rogério Alves.

José Miguel Júdice – que não esteve presente no evento, mas fez questão de distribuir um depoimento escrito – também não deixou passar a oportunidade de mandar recados à instituição. “Episódios recentes que bem conheço, como devem imaginar, devem também ser lidos à luz desta estratégia regressiva e conservadora da Ordem” foi uma das acusações.

“A consequência deste estado de coisas – se não houver lucidez de o desconstruir e evidenciar – vai ser uma diminuição das potencialidades de sobrevivência da advocacia independente”. E acrescenta: “Chamar conservadora à actual Ordem são lamúrias de quem perdeu e quer ainda ganhar”, acusa Rogério Alves no discurso de encerramento. “E o argumento de que na Ordem dos Advogados há delito de opinião é um completo absurdo”.
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