Defensor Oficioso

Um blog realizado no âmbito do patrocínio oficioso, na modalidade de dispensa total de taxa de justiça e demais encargos com o processo, (in)dependentemente de juízo sobre a existência de fundamento legal da pretensão…

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03 dezembro 2006

O Direito e o Avesso

Sobreviver na estrada

Uma manifestação visível da mudança de mentalidade dos condutores é o decréscimo de buzinadelas.

Em 30 anos, Portugal viu o número de automóveis decuplicar de 500 mil, no início da década de 70, para cinco milhões, à entrada do novo século. A chave da evolução é simples: o automóvel é um bem inestimável; transforma barreiras invencíveis em pequenas distâncias e dá um novo sentido à nossa liberdade primordial, a liberdade de deslocação.

Entretanto, pagámos um preço elevado pelo progresso. O número de vítimas mortais de acidentes rodoviários atingiu no início do ‘boom’, em 1975, o máximo de 2676. Há dez anos, em 1996, ainda morreram 2100 pessoas na estrada. Desde então, verificou-se uma diminuição progressiva da sinistralidade grave, que promete culminar, no ano em curso, em menos de mil mortos.

Na vida pública actual, as ‘auto-estradas’ da informação nivelam pequenos episódios e factos relevantes. Muitas vezes, não conseguimos distinguir o essencial do acessório. Ora, a diminuição do número de mortes na estrada faz parte do essencial, porque contribui para o aumento da esperança de vida que se registou desde os anos 70 (de cerca de sete anos).
continua in