Estes juristas que nos governam

"No dia 25 de Abril de 1975, os portugueses elegeram duas centenas e meia de parlamentares, a quem coube a missão de elaborar e aprovar a Lei Fundamental da recém-nascida democracia.Vale a pena recordar o trabalho meritório da maioria de deputados, que se esforçaram para que o texto traduzisse o equilíbrio possível em circunstâncias políticas e sociais complexas, a que não faltou o famigerado cerco a São Bento, promovido por sectores sindicais próximos do PCP e da extrema-esquerda da altura.
Alguns, mais entusiastas, classificaram então o documento como "uma das constituições mais avançadas do mundo". Talvez o fosse na letra, mas a substância pouco resistiu à realidade envolvente. Sucessivas revisões encarregaram-se de retirar a carga ideológica rapidamente desactualizada e foi indispensável introduzir alterações compatíveis com a normalização democrática e com a integração de Portugal nas estruturas da Comunidade Económica Europeia.A verdade, todavia, é que as revisões não ficaram por aí. Multiplicam-se com uma regularidade que dificilmente se entende numa sociedade estabilizada.
Um leigo na matéria, como é o caso do signatário deste artigo, não percebe a incapacidade que têm evidenciado os responsáveis partidários, e em particular os juristas parlamentares, em acordar um texto fundamental que poupe a Constituição da República Portuguesa a tantas e tão frequentes alterações. Será que se passa o mesmo em outras democracias avançadas, como, por exemplo, os nossos parceiros da União Europeia? (...)
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http://dn.sapo.pt/2006/05/25/opiniao/estes_juristas_nos_governam.html
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